Por que estão sendo banidos alguns fluidos refrigerantes?

Mudanças nesse aspecto vêm acontecendo com grande velocidade, ligadas aos impactos ambientais

Durante muitos anos, os CFCs, como o R12, foram os fluidos refrigerantes mais utilizados em todo o mundo. Quando cientistas descobriram que eles tinham impacto direto na redução da camada de ozônio da atmosfera, começou um movimento para deixar de usá-­los, que resultou na assinatura do Protocolo de Montreal, em 1987. Com esse acordo, envolvendo grande número de países, foram estabelecidos prazos para a eliminação gradual da sua produção e comercialização, que já se completaram. Pelo mesmo motivo, os HCFCs, como o R22, também passaram a enfrentar restrições e devem ser totalmente eliminados até 2040.

Quando o tema do aquecimento global e das mudanças climáticas ganhou força, há alguns anos, o GWP (sigla em inglês para potencial de aquecimento global) passou a ser um parâmetro fundamental para a escolha das melhores opções. Com isso, outros fluidos refrigerantes passaram a enfrentar restrições, como os HFCs (caso do R134a). Essas substâncias não atacam a camada de ozônio, mas possuem um alto GWP.

O cerco aos fluidos refrigerantes que provocam impactos ambientais está apertando. Novas regras aprovadas na Europa, por exemplo, estabelecem que depois de 2020 só poderão ser usados ali produtos com GWP abaixo de 2.500. Isso significa, por exemplo, que o R 404A (que tem GWP de 3.920) deixará de ser uma opção válida. Dois anos depois, a restrição será ainda mais radical: o GWP terá de ser, no máximo, de 150. Essa condição só é atendida hoje pelos fluidos refrigerantes naturais (como os hidrocarbonetos R600a e R290) e alguns produtos sintéticos que ainda se encontram em testes.

O caminho que se enxerga para o futuro, portanto, envolve esses fluidos refrigerantes naturais. Podem até existir outras opções, mas certamente os hidrocarbonetos ocuparão espaço cada vez maior na refrigeração.

Algumas soluções provisórias foram desenvolvidas e estão em uso. É o caso de R422D, testado e aprovado pela Embraco, que substitui com grandes vantagens ambientais o R22.

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