Melhores práticas para se trocar um compressor

Trocar um compressor pode parecer uma atividade fácil para aqueles que possuem experiência. Mas como auxiliar os novos técnicos, que chegam ao cliente e encontram várias dúvidas? Muitas vezes, o tempo é curto para ligar para assistência técnica ou falar com outros profissionais. Por isso, algumas dicas podem ajudar no trabalho. Primeiramente, leve em conta os procedimentos de segurança, que sempre serão a prática número um da atividade. Depois, preste atenção nas cinco dicas a seguir:

1. Colete o máximo de informações

  • Qual é o histórico do sistema? Ele teve bom desempenho desde a fabricação, e depois de algum tempo surgiram problemas? Isso pode indicar uma possível obstrução na tubulação do sistema.

  • O sistema apresentou problemas desde o primeiro uso? Isso pode indicar uma instalação incorreta ou a utilização de um compressor incorreto para a aplicação.

  • A aplicação do compressor está correta, ou seja, o compressor em questão foi projetado para trabalhar nesse tipo de aplicação?

  • O sistema está conectado à rede elétrica isoladamente ou existe algum outro equipamento ligado na mesma fonte de alimentação?

Depois de obter essas informações, faça uma inspeção visual do sistema. Tome nota de possíveis problemas de segurança ou má localização do equipamento, por exemplo, sem a ventilação adequada. Verifique se existem conexões elétricas soltas ou expostas e cheque se a unidade está devidamente aterrada.

Ao escolher um compressor de reposição, se o modelo exato não estiver disponível, verifique se o novo modelo possui capacidade de refrigeração próxima ao compressor original. É aceitável que exista uma diferença de capacidade de até 10%. Além disso, é importante respeitar a carga de refrigerante recomendada na etiqueta do sistema de refrigeração.

2. Mantenha o compressor limpo e seco

Durante as trocas de compressor ou a qualquer momento em que o sistema for aberto para manutenção, mantenha a tubulação de cobre limpa e seca. Sempre remova as rebarbas do tubo após os cortes, de preferência com uma ferramenta de rebarbação e não com canivete. Tome cuidado para fazer cortes que evitem que os pequenos pedaços de cobre caiam na tubulação. Use um aspirador quando isso acontecer. Os detritos no sistema podem obstruir o tubo capilar ou ainda serem succionados pelo compressor, o que aumenta o risco de travamento deste componente.

O ar contém umidade. Por isso, é muito importante evitar que a tubulação do sistema fique aberta por mais de 15 minutos. Dessa forma, evitam-se os danos causados por umidade no óleo lubrificante. Apenas remova os tampões dos conectores do compressor no momento da brasagem dos tubos.

Uma prática recomendada durante a brasagem é injetar nitrogênio na tubulação a uma pressão de 2 a 3 psi, para remover todo o oxigênio e impurezas contidos na tubulação. Como as válvulas reguladoras normais de cilindros de gás não são indicadas para esse fim, podem ser usados reguladores especiais para nitrogênio disponíveis no mercado.

3. Verifique vazamentos

Uma parte importante do processo, após a troca do compressor, é a verificação de vazamentos. É indicado pressurizar o sistema com nitrogênio a uma pressão de 75 a 100 psi e observar todas as regiões brasadas em busca de microvazamentos. Após 30 minutos, se houver menos de 0,5 psi de variação de pressão no sistema, você saberá que o sistema está estanque.

Os técnicos devem usar o método com o qual se sentem mais confortáveis ​​sem comprometer a eficácia do trabalho. Um vazamento geralmente significa retrabalho e os clientes ficam insatisfeitos quando há repetição de problemas em seus equipamentos.

4. Remova todos os gases e a umidade

A remoção de todos os gases e não condensáveis do sistema de refrigeração é imprescindível.  Os gases não condensáveis causam alta pressão de descarga, o que sobrecarrega o compressor.  Se isso acontecer, o sistema pode não conseguir manter a temperatura desejada.

Para remover toda a umidade e gases não condensáveis, é recomendado que seja feito vácuo no sistema por pelo menos 15 minutos, utilizando uma bomba de vácuo com potência adequada para este fim. Sempre troque o óleo da bomba de vácuo dentro do prazo recomendado pelo fabricante.

5. Adicione a carga de gás correta

Depois de verificar o sistema, vazar o gás e retirar a umidade, a carga de gás deve ser pesada usando a quantidade indicada na etiqueta do equipamento. Quando estiver pronto para realizar a carga de gás, deixe o tanque equalizar a pressão no sistema.

Quando o fluido refrigerante a ser adicionado no sistema for um blend (termo amplamente utilizado na indústria, que se refere a uma mistura de gases), a carga de gás deve obrigatoriamente ser feita com o refrigerante na forma líquida. Já para fluidos refrigerantes que são substâncias puras, pode-se efetuar a carga utilizando o refrigerante no estado de vapor, porém dessa forma o processo é muito lento. Por isso, sempre recomendamos que a carga de gás seja feita na forma líquida.

Seguir essas cinco etapas garantirá a troca correta do compressor e ajudará a eliminar a necessidade de retrabalho. Quando o sistema voltar a funcionar, revise com o cliente as etapas que você tomou para corrigir o problema e ofereça sugestões para evitar que ocorra novamente.

Escrito por Denny Martin, engenheiro de suporte técnico da Embraco.

 

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