Apagões podem danificar refrigeradores?

Em nosso país, com um clima tropical, não é incomum que aconteçam repentinas tempestades e com elas, os apagões. A interrupção de energia pode ocorrer pela queda de torres de transmissão, raios ou até mesmo pelo excesso de consumo, comum em cidades turísticas durante o período das férias de verão. Tirar os eletrodomésticos da tomada durante fortes chuvas já se tornou uma tradição para algumas famílias. O objetivo é evitar que os aparelhos queimem. Será que essa atitude é realmente necessária? Para respondermos essa pergunta, primeiro vamos entender o que realmente acontece durante essas tempestades.

Como os apagões interferem na rede elétrica?
Quando acontecem os apagões, abruptamente todos os aparelhos elétricos são desligados. Quando a energia volta, muitas vezes a voltagem da rede pode estar abaixo ou acima do ideal. Se acontecer uma variação muito alta de tensão, também chamado de surto de tensão, podem ser causados danos graves aos equipamentos. Os aparelhos mais suscetíveis aos surtos de tensão são: TVs, DVDs, computadores e telefones fixos. Além desses, deve-se ter um cuidado especial com máquinas de lavar roupa e micro-ondas, que têm seus funcionamentos controlados por microprocessadores. Esses controladores podem queimar com a variação de tensão, trazendo prejuízo para os usuários.

Já os refrigeradores, motores e dispositivos mais pesados são mais resistentes às altas tensões e dificilmente queimam devido a uma sobre-tensão. Podem ser mais facilmente danificados pela sub-tensão, ou seja, uma voltagem oferecida abaixo do que ele precisa para funcionar. Isso acontece porque em um refrigerador submetido à baixa tensão (que também pode ser comum após o reestabelecimento da energia) faz com que o motor não tenha força para dar a partida e sofra aquecimento em sua fiação, até que o  protetor térmico se abra. Em longo prazo, esses ciclos constantes podem danificar o motor. Caso o motor esteja ligando e funcionando, mesmo com uma tensão baixa, ele vai continuar em operação.

Como os raios interferem na rede elétrica
Enquanto chove, um raio pode atingir a rede elétrica que leva energia até a sua casa. Mesmo que tenha caído longe da sua residência, ele pode percorrer as fiações elétricas e/ou telefônicas, até encontrar um aterramento, onde será descarregado no solo. Alguns aparelhos que estão plugados na tomada podem estar no meio desse caminho, recebendo uma alta carga de energia. Esses valores de voltagem são acima dos suportados pelos aparelhos e fiação, ficando então danificados.

Um surto de tensão geralmente tem tensão bastante elevada, com duração muito curta, da ordem de micro segundos, mas o suficiente para causar danos.
Uma das maneiras de reduzir as chances de acontecer esse evento, é ter aterramento da fiação elétrica, o que já é obrigatório no Brasil. Dessa maneira, os surtos de tensão podem ser descarregados no solo.

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Quais são os direitos do consumidor por danos causados por apagões e descargas elétricas?
Depois de tempestades e apagões, a tensão deve ser balanceada pelas concessionárias de energia antes de chegar às residências, para que evite a queima de aparelhos. Caso isso não aconteça e algum dos aparelhos do consumidor queime, ele pode exigir indenização. Para receber essa indenização por danos em aparelhos elétricos, deve-se contatar a operadora em, no máximo, 90 dias corridos, de acordo com a resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Já a empresa tem um prazo de dez dias, a partir da comunicação do consumidor, para fazer a vistoria no aparelho. Caso o problema não seja resolvido, o consumidor pode buscar na Justiça a reparação por danos causados dentro de até cinco anos, e acordo com o Código de Defesa do Consumidor. O consumidor deve guardar todos os protocolos de atendimento e, mesmo que a distribuidora tente se eximir da responsabilidade do ressarcimento, ele poderá procurar o Procon da sua cidade, para exigir os direitos. Quando ganhar a causa, o consumidor decide quem fará o concerto. Pode ser a empresa que fez a vistoria ou ainda poderá optar em enviar o aparelho para alguma assistência técnica. Então, o eletrodoméstico será consertado. Se não for possível, o consumidor recebe o valor indenizado. [/box]

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