Prepare-se para ser um técnico de refrigeração do futuro

[rel][gravata] Mudanças já começaram e continuarão a ocorrer, criando alguns desafios e muitas oportunidades de crescimento.[/gravata]   A evolução da tecnologia e a mudança no perfil da população já estão gerando novas demandas em relação ao modo como os refrigeristas atuam e, ao mesmo tempo, abrindo novos campos de trabalho. O refrigerista de hoje já é muito diferente do profissional que estava no mercado alguns anos atrás. E as mudanças no seu perfil continuarão a acontecer, em função da nova realidade do mercado e da tecnologia, assim como das crescentes exigências da sociedade e do consumidor.

Wadi Tadeu Neiame: “Profissionais devem ser polivalentes e saber executar tarefas mais complexas”.

Até por volta dos anos 1980, para atuar na profissão, era preciso apenas ter noções básicas de mecânica e elétrica, que em geral eram aprendidas na prática. Com o passar do tempo, novos conhecimentos e habilidades tornaram-se necessários para a profissão. “No início deste novo século, o mesmo profissional precisou ser treinado para atuação nos sistemas eletrônicos e de automação integrados aos equipamentos de refrigeração e ar condicionado”, relata Wadi Tadeu Neaime, presidente da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento). Atualmente, já se espera que os refrigeristas sejam cada vez mais polivalentes, ou seja, estejam preparados para desempenhar bem várias funções e executar tarefas mais complexas. Isso significa que não é suficiente saber o básico. Neaime destaca que esse é o caminho para o profissional do futuro, que deve ser buscado desde já. “Essa polivalência deverá abranger conhecimentos e habilidades para manusear os novos refrigerantes que se encontram a caminho para substituir os atuais. Da mesma forma, deve possibilitar ao profissional entender e interagir com a qualidade de vida nos ambientes interiores e ter plena consciência da proteção ao meio ambiente de forma geral”, afirma. Os aspectos ressaltados pelo presidente da Abrava são parte de uma transformação que vem ocorrendo e moldando a refrigeração do futuro. O desenvolvimento tecnológico, a ascensão da sustentabilidade como preocupação global, os novos comportamentos do consumidor impulsionam a mudança. Outros aspectos também contribuem, como as características da vida moderna nas cidades, o crescimento da renda média e do nível educacional em países como o Brasil. Tudo isso repercute diretamente na profissão de refrigerista, mas há outros fatos a serem considerados, específicos do mercado de refrigeração. Para começar, deve ser destacado que existe hoje uma variedade muito maior de equipamentos e sistemas de refrigeração que precisam de manutenção. [box side=”alignleft” color=”box-vermelho” pos=”vertical”] REFRIGERISTA: COMPETÊNCIAS EXIGIDAS

Com o crescente nível de exigência, para ser mecânico de manutenção e instalação de aparelhos de climatização e refrigeração ou trabalhar na fabricação e montagem de equipamentos e sistemas é preciso desenvolver várias habilidades e competências. Veja abaixo as principais.

Conhecimentos

  • Eletricidade, solda, instalação de equipamentos e tubulações de cobre, pressão e cargas de gás;
  • Noções de mecânica, normas técnicas de segurança no trabalho e de conservação do meio ambiente;
  • Domínio de física, química e matemática.

Talentos pessoais

  • Organização;
  • Raciocínio lógico;
  • Habilidades manuais.

Fonte: Guia Escolha Profissões – Indústria, do Senai [/box] Além disso, eles são mais sofisticados e incorporam recursos avançados, que exigem conhecimentos diferenciados. A utilização de refrigeração em estabelecimentos comerciais ampliou-se muito e tudo indica que continuará a se expandir, em função das demandas da vida moderna. Outra informação fundamental é que pessoas com renda mais alta e com mais informação analisam com mais cuidado as vantagens e desvantagens de fazer um reparo em um equipamento, normalmente comparando o custo do serviço e das peças com o valor de um novo refrigerador. Essa é uma tendência que afetará diretamente quem atua na manutenção de equipamentos de refrigeração doméstica: muita gente deixará de consertá-los. Os dois dados acima deixam claro que o futuro do refrigerista está ligado à sua capacitação para atuar no segmento de refrigeração comercial. O potencial desse segmento é bem maior, mas é preciso atingir novos padrões de conhecimento e de profissionalismo. A utilização de recursos que tornam o trabalho mais fácil e eficiente é outro aspecto em que as mudanças já começaram e tendem a se acentuar – e é preciso se capacitar para aproveitar os benefícios que a tecnologia traz. Isso envolve, por exemplo, trabalhar com equipamentos e dispositivos que proporcionam mais precisão a testes e medições ou com alarmes que indicam algum tipo de problema, sabendo instalá-los e interpretar da maneira correta as informações que geram. Da mesma forma, os avanços na comunicação já são importantes aliados e ganharão ainda mais força. A internet será o local preferencial para a obtenção de informação técnica, de maneira instantânea, em celulares (smartphones), tablets e notebooks. Os mesmos aparelhos permitirão a resolução de dúvidas e a troca de informações com outros técnicos e com fabricantes de refrigeradores e de componentes, inclusive com o envio de fotos e vídeos que mostrem a situação real. Remuneração em alta

O caminho para o futuro passa pela capacitação e abre ótimas oportunidades.

Em função de todas essas mudanças, as previsões indicam que acontecerá aqui o que já é realidade em países da Europa e da América do Norte. Lá os profissionais que prestam serviços de caráter técnico são vistos como especialistas com nível elevado de conhecimento, capazes de entender as necessidades do cliente e encontrar soluções para elas, analisando todas as alternativas existentes. Para se adequar a esse perfil, esses técnicos precisam ter uma ótima formação, o que muitas vezes inclui cursos universitários e diplomas em áreas como engenharia.  Por isso mesmo, eles recebem uma boa remuneração, que lhes permite viver confortavelmente. A profissão é valorizada e avaliada como uma opção interessante de trabalho, atraindo muita gente. No primeiro mundo, isso ocorre com refrigeristas e também com encanadores, eletricistas, pintores, mecânicos de veículos e muitos outros técnicos. Uma pesquisa feita pelo portal Careeroverview, dos Estados Unidos, revelou que um mecânico de refrigeração norte-americano ganha, em média, 19 dólares por hora (quase R$ 50) ou cerca de 40 mil dólares ao ano (cerca de R$ 110 mil por ano). Os profissionais do Brasil ainda estão distantes dessa média, mas, já houve, em muitos casos, um aumento significativo dos seus rendimentos nos últimos anos. Como existe mais demanda por seus serviços, os preços sobem: essa é uma lei do mercado. Na apresentação da última edição da Olimpíada do Conhecimento (veja matéria Olimpíada Valoriza Quem Estuda), Gustavo Leal, diretor de operações do Senai, destacou que menos de 20% dos jovens brasileiros irão se formar em um curso superior. Mas aqueles que ficarão fora da universidade – que somam cerca de 7 milhões – não se preparam adequadamente para o mercado de trabalho. Existe, por outro lado, uma forte demanda por profissionais de nível técnico no Brasil, que não vem sendo atendida. “Essa situação pode ser corrigida com os cursos técnicos, que ainda não são vistos como alternativa por muitos jovens brasileiros”, disse Leal. Com a remuneração em alta, a valorização das profissões técnicas certamente ganhará força. Isso abre novas perspectivas para os refrigeristas, ao mesmo tempo em que gera mais responsabilidades: com a capacitação técnica, a qualidade do serviço prestado, os cuidados com o meio ambiente, a utilização das melhores práticas etc. É preciso lembrar que, ao pagar mais, o cliente esperará um serviço digno de um refrigerista do futuro. Um futuro que já começou a ser construído e para o qual você precisa se preparar! [box side=”alignleft” color=”box-vermelho” pos=”horizontal”] O EXEMPLO NORTE-AMERICANO A revista Contracting Business, publicada nos Estados Unidos, escolhe anualmente o melhor profissional de assistência técnica em refrigeração comercial. As características valorizadas pela revista para selecionar esse técnico diferenciado mostram uma realidade que, pouco a pouco, está chegando aqui. Veja como são os escolhidos:

  • São dinâmicos e profissionais em todos os aspectos de seu negócio;
  • Buscam constantemente novas formas de melhorar seu negócio, pela qualidade dos serviços prestados e pelo atendimento de alto nível aos clientes;
  • Tratam muito bem seus funcionários, clientes e fornecedores;
  • Estabelecem uma reputação como fornecedores de serviços de excelência;
  • Mantêm um olho no futuro e estão atentos às mudanças do mercado, reagindo rapidamente às oportunidades que se abrem em seu segmento de atuação;
  • Seguem um planejamento estratégico e se preocupam em ter o melhor retorno de seus investimentos;
  • Não têm medo de enfrentar riscos calculados e explorar novas possibilidades.

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