A importância de inovar

Inovação é fator de sucesso para qualquer negócio.

Inovação é um dos grandes temas do momento. Fala-se muito da necessidade de inovar, ligando-a à competitividade, ao crescimento e à sobrevivência no mercado. Mas qual é o significado real de inovar? 

Se formos ao dicionário, a explicação nos ajuda a entender o que devemos fazer: “introduzir novidade; fazer algo como não era feito antes”. Essa definição é completada pelo que diz o consultor Ernest Gundling, autor do livro The 3M Way to Innovation (O caminho da 3M para a inovação): “Inovação é igual a novas ideias mais ações que produzem resultados”. Ou seja, para ele, inovar é fazer algo diferente do que era feito antes, de maneira a gerar valor. 

O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) dá a sua contribuição, ao qualificar inovação como a maneira pela qual as empresas respondem às exigências dos consumidores. Na sua cartilha Faça diferente, inovar é um ótimo negócio, afirma: “É pela inovação que uma empresa pode continuar viva no mercado, adaptando e melhorando continuamente seus produtos e serviços para satisfação das necessidades de seus clientes, as quais estão em permanente transformação”.

O Sebrae lista cinco diferentes possibilidades para inovar dentro de uma empresa, destacando que nem sempre elas se aplicam a todos os tipos de negócios:

• Inovação de produto;

• Inovação em serviços; 

• Inovação em marketing;

• Inovação organizacional;

• Inovação em processo.

Vamos explicar as quatro primeiras delas, já que a última se aplica mais a indústrias, mostrando as oportunidades para você inovar.  

Inovar em produto 

Isso ocorre quando um novo produto é lançado ou quando um produto que já existia recebe alterações que o tornam melhor. Mas o Sebrae destaca que não se trata apenas de criar algo: “Somente o lançamento de um produto novo, mesmo que tenha patente concedida, não significa que houve inovação. Para que se possa dizer que houve inovação é necessário que o mercado aceite o produto e passe a utilizá-lo, e que a empresa tenha lucro com ele. Um novo produto que fica dormindo na prateleira não é inovação; é apenas uma tentativa que não deu certo no mercado”, afirma o Sebrae. 

Um exemplo de inovação bem sucedida foi o compressor de velocidade variável Embraco Fullmotion

Inovar em serviços 

Significa oferecer um novo serviço ou aprimorar um serviço já existente. Há muitas possibilidades nessa área, buscando trazer comodidade e praticidade para o cliente. O Sebrae dá dois exemplos simples e muito interessantes, ligados ao atendimento em domicílio, que podem inspirar lojistas e refrigeristas: 

• Lavanderias que buscam as roupas sujas e as devolvem limpas na casa dos clientes são um exemplo de melhoria de um serviço existente (lavar roupa);

• Telepizzas, que agregam o serviço de entrega a um produto já existente (pizza).

Inovação em marketing

Nesse caso, trata-se de mudar a forma de apresentar ou comercializar um produto ou serviço, com o objetivo de aumentar as vendas. Promoções criativas, novas formas de se relacionar com clientes, criação de novas formas de pagamento são alguns exemplos.  

Inovar na organização

Aqui, de maneira geral, o objetivo é melhorar a gestão e reduzir custos, usando métodos novos ou mesmo aqueles que já são conhecidos, mas a empresa ainda não utiliza. 

Muita coisa pode ser feita nessa área, incluindo a implantação de novas rotinas e procedimentos, a realização de acordos com outras empresas para a compra conjunta ou para reduzir custos logísticos. Um exemplo interessante é a implantação da gestão da qualidade. Leia + na seção Especialista de Plantão

Para finalizar, vamos desfazer uma ideia que existe em muitos setores, inclusive na refrigeração: “O meu mercado não exige inovação”. Como adverte o Sebrae, quem pensa assim certamente será surpreendido, mais cedo ou mais tarde. Sempre aparecem empresas e profissionais interessados em se destacar, que inovam e seduzem a clientela. Fique atento e inove, sempre!

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AS DICAS DO ESPECIALISTA FRANCÊS DESCHAMPS

Professor de gestão de inovação do IMD (Institute for Management Development), da Suíça, Jean-Philippe Deschamps é reconhecido como um especialista no tema. Veja aqui algumas das suas opiniões e recomendações sobre o tema. 

A inovação e os clientes: 

“Não acredito que clientes sejam capazes de responder se usarão ou não determinado produto. É preciso levar em conta o ambiente em que vivem, compreender suas carências, mas de maneira nenhuma é necessário colocá-los frente a frente com o conceito de um novo produto, porque as ideias novas sempre são recusadas. O essencial é procurar conhecer o cliente em profundidade, de tal maneira que esse conhecimento nos ajude a predizer o que vai preferir. Só se consegue inovar quando se sabe o que é realmente importante para nossos clientes.”

Ambiente para a inovação:

“É importante existir um ambiente que favoreça as primeiras descobertas. Se o ambiente de trabalho for excessivamente rígido, nunca aparecerão novos projetos. As empresas que visam à inovação devem dar liberdade a seus funcionários e incentivar comportamentos audaciosos, para que eles se sintam tentados a criar.”

Montagem de uma equipe ideal para a inovação:

“A criatividade vem da diversidade. Por esse motivo, mais importante do que dispor de indivíduos inovadores é poder combinar personalidades diferentes. A diversidade enriquece o grupo. O objetivo deve ser criar equipes com qualidades diferentes, razão pela qual também é bom juntar pessoas muito audazes com outras mais conservadoras. Assim, as primeiras pensarão ou criarão, e as segundas se encarregarão de manter o grupo com os pés no chão.”

Habilidades necessárias para enfrentar um processo de inovação

“Entre as qualidades mais genéricas ou universais, estão, por exemplo, a capacidade de trabalhar mais rapidamente, a de ser mais flexível, a de recompor as equipes de trabalho ou a de criar um novo mercado. Um vendedor pode saber comercializar um produto, mas ele saberá criar a demanda se o mercado for absolutamente novo?”

Como decidir quais ideias são boas

“Uma combinação de visão do futuro e pesquisa. Porém, muito além da ideia, o êxito depende do impulso que se dá a ela. É preciso haver um processo suficientemente rigoroso para garantir que o projeto seja viável, mas sem que exista uma superabundância de filtros que impeçam a inovação. Se formos excessivamente rígidos e analíticos, a inovação jamais ocorrerá. As inovações não nascem perfeitas. O primeiro aparelho de fax não era perfeito, como também não eram o primeiro Walkman nem o primeiro carro. Nenhum produto novo é perfeito.”

Trechos de entrevista de Jean-Philippe Deschamps, publicada no livro Inovação e Mudança: autores e conceitos imprescindíveis, organização de Carlos Alberto Julio e José Salibi Neto. Publifolha, 2001.[/box]

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