Usar a refrigeração de maneira correta faz bem para o bolso

[gravata] Técnicos e profissionais das revendas devem orientar seus clientes em relação a equipamentos e procedimentos que geram economia.[/gravata]

CONSUMIDORES E ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS PODEM TER IMPORTANTES GANHOS COM A ESCOLHA DE OPÇÕES QUE PRIORIZEM A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, COM A MANUTENÇÃO DE SEUS SISTEMAS E COM A OTIMIZAÇÃO DO USO DA REFRIGERAÇÃO.
Estabelecimentos comerciais têm especial interesse em obter a melhor relação custo/benefício no uso da refrigeração, pela possibilidade de reduzir consideravelmente seus gastos com energia elétrica. O consumidor em geral também está em busca de economia. Isso abre, para os profissionais de assistência técnica e das revendas especializadas, uma grande oportunidade de ampliar o seu papel, atuando como verdadeiros consultores de seus clientes e ajudando-os a poupar seu dinheiro.

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Marcio Thiessen – “Manutenção preventiva é o melhor caminho para obter economia”

A pergunta que surge é: o que um profissional de refrigeração pode fazer para proporcionar economias aos seus clientes, no que se refere ao uso da refrigeração?
A resposta é: orientá-los em relação à compra de equipamentos, à melhor forma de utilizá-los, à necessidade de cuidados básicos e às possibilidades de melhorar o seu desempenho. Para isso, é preciso ter conhecimento técnico e saber o que existe no mercado em termos de opções, tanto para a compra do equipamento, quanto para a sua melhoria – por exemplo, com a substituição de um compressor antigo por um mais moderno e eficiente. “Em geral, a realização da manutenção preventiva é o melhor caminho para obter economia, especialmente nos estabelecimentos comerciais. Pequenos reparos na vedação ou a limpeza do condensador são medidas muito simples, mas que têm impacto direto no consumo de energia dos sistemas de refrigeração”, afirma Marcio Roberto Thiessen, especialista técnico em Refrigeração da Embraco.

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Em estabelecimentos comerciais que vendem produtos que dependem de refrigeração, a manutenção preventiva é uma necessidade

Em relação à substituição do compressor mais antigo por um novo, Marcio Thiessen opina que é vantajosa em alguns casos e não compensa em outros. “Comparando-se um modelo atual de alta eficiência com outro produzido há mais de 20 anos, existe uma enorme diferença em termos de consumo. Se fosse só trocar o compressor, é claro que seria positivo. Mas a questão é que normalmente é preciso fazer muitas outras adaptações no sistema, em função do fluido refrigerante utilizado, do tubo capilar e de outros aspectos. Diria que, na maioria dos casos, para refrigeradores domésticos não vale a pena.

O custo dessa conversão é alto”, diz. Ele relata que algumas pessoas imaginam que trocar um compressor antigo por um FullMotion trará grandes vantagens. “Mas o projeto do refrigerador antigo não é adequado para o uso de um compressor de velocidade variável. Não adianta nada fazer uma substituição de um único componente: todo o sistema precisaria ser redesenhado”, assegura. Nos casos de substituição de um modelo que não é mais produzido por outro da mesma capacidade, Thiessen considera que pode valer a pena, dependendo do tipo de fluido refrigerante para o qual cada um deles foi projetado. “Em todas as diferentes situações e condições, é preciso pensar bem e verificar com cuidado todos os detalhes”, resume. Já para os equipamentos comerciais, a recomendação em relação à substituição é avaliar caso a caso. A adaptação de um sistema que usa R22 para 404 A, por exemplo, é complexa e cara. Mas, se o sistema estiver em boas condições, vale a pena fazer a mudança, já que esse fluido está sendo eliminado do mercado e com isso seu preço aumentou significativamente nos últimos tempos.  

Prevenção é o caminho

Se a troca do compressor depende de uma série de fatores para ser vantajosa, o mesmo não se pode dizer em relação à manutenção preventiva, como Thiessen ressaltou. Em estabelecimentos comerciais, o cuidado com os equipamentos de refrigeração comercial deve ser constante, tanto pela economia de energia elétrica como para prevenir problemas futuros, cujo custo seria muito mais alto. Esse é um fato que deve ser explicado aos responsáveis por padarias, restaurantes, bares, hotéis, sorveterias, supermercados e outros locais desse gênero. Quem não tem um plano de manutenção preventiva precisa de um, pois é muito mais lógico (e barato) detectar previamente anomalias ou avarias no sistema de refrigeração, assim como possíveis melhorias que possam ser implementadas.

Veja abaixo alguns dos motivos que você pode usar para convencer essas empresas sobre as vantagens de fazer esse tipo de manutenção regularmente:
• Evitar um gasto maior de energia elétrica, que pode ser causado simplesmente por acúmulo de poeira e sujeira em geral no condensador (e também por várias outras razões);
• Perceber, antes que ocorram, problemas que levariam à quebra ou inutilização de peças e componentes;
• Reduzir as possibilidades de perda de produtos por descongelamento e deterioração, que ocorrem se os equipamentos quebram ou funcionam mal (esses problemas podem, também, levar o estabelecimento a ser autuado pelos órgãos de vigilância sanitária e defesa do consumidor, por causa da má conservação de alimentos);
• Manter a boa imagem do estabelecimento diante dos clientes (pense novamente na sujeira acumulada ou em vidros trincados nas portas de expositores). Esses são argumentos fortes para você usar com seus clientes atuais e potenciais. Se conseguir convencê-los, você precisará depois planejar uma manutenção preventiva eficiente, listando os diversos aspectos a serem verificados (Leia + detalhes sobre como fazer isso)  

Utilização correta já ajuda a economizar

Para refrigeristas que atendem basicamente residências, há muito espaço para essa atuação na orientação ao consumidor. Grande parte dos usuários não lê ou não dá a devida atenção aos manuais recebidos junto com o refrigerador e, portanto, ignora medidas simples que evitariam problemas no desempenho e no consumo de energia do refrigerador. A maior parte dessas medidas vale, de alguma forma, também para os sistemas de refrigeração comercial, embora suas características e suas maneiras de utilização sejam diferentes.

Veja a seguir o que você pode dizer aos seus clientes:
• Evitar a abertura frequente ou por longo tempo da porta do equipamento de refrigeração. Manter essa porta aberta faz com que uma quantidade excessiva de calor e umidade do meio ambiente entre no gabinete, o que aumenta a sua temperatura interna. Em consequência, é exigido um maior esforço do refrigerador, o que provoca o desgaste prematuro de peças e componentes e, ao mesmo tempo, gera maior consumo de energia elétrica.
• Esperar que alimentos e líquidos quentes se resfriem antes de colocá-los no equipamento de refrigeração – o que evita que ele tenha de fazer um esforço desnecessário para manter a temperatura interna no nível adequado.
• Estar atento ao estado das borrachas de vedação das portas, para evitar a entrada de calor externo, que teria as mesmas consequências relatadas acima;
• Não utilizar o condensador para secar roupas e calçados molhados, o que pode causar sérios danos ao equipamento e aos seus componentes;
• Fazer o degelo periodicamente nos casos de refrigeradores comuns, que não contam com a tecnologia frost-free – evitando a formação de uma camada de gelo que prejudica o desempenho do equipamento;
• Regular o termostato do refrigerador na posição mínima durante o inverno, quando a temperatura interna do refrigerador não precisa ser tão baixa quanto no verão;
• Esvaziar a geladeira e/ou freezer e desligá-los da tomada, em caso de ausências prolongadas. Diversas outras recomendações simples podem ser pesquisadas, anotadas e transmitidas aos clientes. Você pode até mesmo opinar sobre o melhor refrigerador a ser comprado, quando o cliente decide trocar o seu (para isso, você precisa conhecer os principais modelos e suas características). Com essa postura, além de ser reconhecido como um profissional capacitado para reparar e resolver problemas, você passará a ser visto também como uma espécie de consultor: alguém que orienta os usuários sobre a melhor forma de utilizar e manter em bom estado os equipamentos e que proporciona a eles uma economia de verdade. Assuma esse papel!
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LOCAL ONDE ESTÁ O EQUIPAMENTO É FUNDAMENTAL
Para a instalação de um refrigerador adequadamente, tanto em estabelecimentos comerciais como em residências, deve-se ficar atento a alguns aspectos importantes. Logicamente, o local deve ser mantido limpo e estar protegido contra chuvas, para não haver contaminação por sujeira e água. A instalação elétrica deve ser adequada, atendendo aos requisitos técnicos e de segurança, para prevenir riscos ao equipamento e seus componentes. Outras três recomendações básicas devem ser seguidas: • Evitar locais quentes e pouco ventilados: o refrigerador não deve ficar perto de fogões, fornos ou outras fontes de calor. Não deve ser exposto ao sol, como ocorre muitas vezes em lojas de conveniência ou em bares de beira de praia. Também devem ser evitados os locais sem ventilação. Nessas condições, o sistema de refrigeração perde rendimento. Especialistas calculam que cada aumento de um grau na temperatura do ambiente resulte em um consumo 2% maior.

• Evitar encostar o equipamento na parede: quando isso ocorre, o ar não circula na parte de trás do refrigerador, prejudicando especialmente o compressor, que pode sobreaquecer e trabalhar em condições fora do normal. O correto é instalar o equipamento de refrigeração a uma distância de, pelo menos, 10 centímetros da parede (ou mais, se for possível).

• Evitar locais muito úmidos: os trocadores de calor (evaporadores e condensadores) têm sua ação dificultada em locais onde a umidade relativa do ar é muito alta, acima de 85%. Nesses casos, especialmente a troca de calor entre o condensador e o meio ambiente será dificultada. Deve-se verificar as características do local onde será utilizado o refrigerador e procurar formas de reduzir a sua umidade. [/box]

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